Uma vez, menino,
subi num telhado de porcos
para comer laranjas.
Do alto
a grama verde era um mar
com campos de arroz à direita,
e montanhas escuras ao longe,
do outro lado do vale,
ao alcance da mão.
Na extensão da tarde,
verão, febril,
a terra sussurrava e gemia.
Gata no cio, cavalo no campo, avião no céu,
vaca pastando, sabiá cantando, solidão animal.
O leão de fogo mergulhou no horizonte.
Os porcos, focinhando o chão, não enxergavam o mundo.
Quando desci, foi para nunca mais ser o mesmo.
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