terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Pássaros Azuis

Hoje
me fogem pássaros azuis do pulmão
e um vento de sombras
sufoca os gestos do amor

Sobram ilhas de tristeza
e saudade
sobram versos inúteis
e uma lágrima

Minhas mãos
afogadas em bolsos escuros
não sentirão
o calor do teu corpo
a geografia sinuosa das tuas ancas

Onde estarás agora?
Com quem? Que palavras
saem da tua boca? Para onde
se dirige o fogo de paixão do teu olhar?
Vamos perder para sempre também
este dia?

Hoje
de tristeza absoluta
vou guardar o coração
na última gaveta

Hoje
me fogem pássaros azuis
do pulmão

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