Trago os olhos cansados, e alguns díspares de meias.
Nas vitrines, os manequins sorriem alegres,
e eu preciso resistir olhando o mundo.
Vinte e cinco anos neste país é metade de uma vida
e eu sequer tenho uma arma.
Aos poucos
vamos chegando,
com as mãos vazias e olheiras,
à metade derradeira de nossas vidas.
É tempo de solidão de novo. Tempo
de miséria absoluta.
Posso seguir vivendo assim? Posso
resistir? Sobreviver ao tempo?
Às horas? Aos minutos?
O coração bate o estritamente necessário.
Em silêncio, os dias se sucedem.
Aos poucos acumulam ódio
e amor.
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