O coração
os corações, grande
como nunca foi grande
foi pequena
até
a grandeza do Brasil.
Da primeira vez que eu vi
olhei em volta toda
essa tralha, essa
imensa tralha e
tive de rir.
Mas o riso era um mar
em revolta, era
um pranto, era
um canto
e voz torta.
Mesmo assim
o mar
não se abriu, a pedra
não verteu água, não
adiantaram rezas de espécie
alguma, os pães não
se multiplicaram.
O céu anil ficou
cinzento, a verde mata
morta, o ouro - dizem -
veio de moscou e
eu nunca vi.
Desde então
eu só vivi
entre a dor e a alegria
que se atordoa
com a certeza de saber
da primeira que eu vim
que é preciso pôr abaixo
todos os decretos
que é preciso derrotar
todas as bandeiras
que é preciso dar
um tiro no céu
com a espingarda
carregada de estrelas.
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