Um resto de sombras sufoca os gestos desconexos
e um casal galopa em pêlo sob a lua em chamas
Às quatro da manhã não resta senão um caminho inexato
e um lento prosseguir por entre árvores esfarrapadas
com destino incerto
Às vezes, à direita, surge uma casa como se fosse a
mesma,
monumento humano afogado em silêncio
através dos séculos
Não seria a mesma coisa dar-te a mão agora,
mármore frio, estátua de olhos azuis fixos nos leões
do entardecer
Não seria a mesma coisa que um passado que não tive,
seria uma rua deserta até a eternidade
um gesto inútil no horizonte do tempo
sufocado lentamente num vento de sombras
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